Estava frio e Moema escrevia alguns pensamentos nos vidros de sua janela, mas não obtinha nenhuma resposta. Nem sabia exatamente o que queria. Ou sabia, mas sabia que não podia. Aquilo estava deixando-a confusa e exausta e já fazia alguns dias que ela não conseguia falar com o sapo escritor sobre suas desventuras de amor.
Do outro lado, no mundo real, Anura sentia certa angústia batendo em seu peito. Ele sabia que não devia, mas correu de volta pelo caminho que há alguns dias ele fugia com tanta veemência.
Quanto mais adentrava em sua jornada, mas sentia na pele dores e pontadas. Com o tempo, descobriu se tratar de palavras e imaginou que fosse princesa Moema tentando lhe escrever alguma notícia do mundo das fantasias. Puxou seu caderninho e lhe perguntou o que seria. Não obteve resposta. Algo estava fora de sintonia...
Até que gotas caíram do céu como raios cheios de força e eletricidade, Anura pulou para um lado, pulou para um outro, encostou-se a uma árvore e ali ficou a pensar no que estaria errado para haver tanta nuvem negra lá no alto.
- Nuvem... O castelo das nuvens - Era dali que vinha tanta chuva, talvez fosse ali que a garota dos rabiscos em seu caderno morasse. Assim ele pensou.
Então Anura criou coragem e foi subindo pelo temporal, escalando-o gota a gota, até chegar à primeira nuvem e daí para segunda e terceira, chegando à porteira do magistral castelo de espelhos.