Na ponta da faca havia um reflexo negro. Eram os olhos da Saudade. Admirava-se no desejo de contorcer mais um peito amargo e solitário. Mas Saudade também era filho do homem e por assim ser, também sentia toda a angústia de sonhar estando nua, sem suas véstices pretas, vestigo longo até pouco abaixo do joelho, mas não era o que vestia... vestia-se apenas de ócio fumado pelas narinas e a vontade contínua de furar-se.
A faca entrou pela beira da carne, fez um ruído estranhamente conhecido no íntimo da víscera. Foi retirada como uma bala que sai do peito de um homem engavetado nas geladeiras dos seriados americanos. Onde esteve toda a farsa de acordar do mundo e se aliviar por ainda estar vestida?