Corrupto

Vesti meu melhor terno azul, de sangue
Perfumei-me com veneno do mais belo frasco
Mastiguei as pétalas e colhi os espinhos
Enxuguei o suor das narinas
E vaguei pelos lixões a bailar teu nome

Susurrei palavrões ao megafone
Cuspi lágrimas e entorpecentes
Morri de um pecado sincero
Vivi um pesadelo lindo e puro

Saltei pelas pedras esfumaçadas
Desenhei teu nome em matadeiras
Gozei no mais alto silêncio

Dormi em caixão lúbrico
Acordei preto em dissoluto

Perdi versos na primeira pessoa