Agosto tem cheiro, tato e nome

A madrugada fria anunciava os versos:
Somos ser pelo único fato de existirmos estar

A madrugada fria anunciava os versos:
E se a terra tão medonha fosse engolida por um maremoto daqueles de assassinar palavras?

O homem é apenas o espectro de sua própria ignorância:
Rude como um sinônimo
Delicado como uma rima

Os fatos existem para serem degustados em sal a gosto:
Ou seria em agosto que tudo voltaria a ser salgado?

O verso frio enunciava às madrugadas:
Sangue, suor e lágrima
Saliva, baque e fumo